Tuesday, February 22, 2011

O rato II round



- Pega! Meus Deus! O rato voltou!
O rugido que se ouviu pouco mais das duas da madrugada, tremeu o silêncio da casa em que todos dormiam e brotou em tudo um arrepio de susto. Minha mulher apareceu no meio da sala em desabalada carreira e logo atrás dela, o mesmo vulto que me acompanhara durante as semanas. O rato estava de volta! Só que desta feita, bem maior e mais escuro.
- Viu ele? - gritava minha esposa tentando frear a corrida, assim que me avistou estático no centro da sala. Nossos corpos se chocaram com tal violência, que fomos arremessados de encontro à parede.
Levantando-me o mais de depressa que pude, disparei atrás do vulto infeliz. Minha mulher por sua vez, estatelada como estava, permaneceu boquiaberta enquanto chegava os outros participantes da casa.
- Acuda-me aqui! – gritava eu no encalço do rato, que em se ver quase sem saída, se emprenhara atrás de um velho móvel .
Ninguém perdeu mais tempo. Meu neto rodeou de um lado e minha sogra, ainda vestida com a seus trajes noturno, rodeou do outro. Mais dois retardatário adentrou o ambiente; um era meu filho e o outro era a sua namorada, que por algum motivo não aparente dormira em seu quarto.
Acredito que o próprio rato naquele momento, soltava riso frouxo ao ver a cara dos seus perseguidores. Minha sogra escancarando as suas grossas pernas na tentativa de cercar o infeliz, dava a ele num plano mais baixo, a visão pavorosa do inferno.
- Fica vigiando aqui! - dizia meu neto para o tio, tentando se livrar de um possível encontro com o perseguido. Minha futura nora, ao ter a consciência de que se tratava de um roedor tratou de subiu no sofá e ficar supervisionado do alto, a passagem do infeliz.
No fundo, parecia que todos rezavam para que ele fugisse, pois a gritaria era tão grande, que dava a entender ao rato, que o melhor a fazer era se entregar sem resistência.
Na perseguição, agora, já se podia contava com mais de dez pessoas do lado de fora. A louca da empregada como dormia nos fundos e sem saber do acontecido,correu para a rua e anunciou aos vizinhos que se trava de um assalto.
- Eu o vi pular o muro! – dizia o meu vizinho da casa a esquerda, tentando acalmar a minha melindrosa operaria do lar, que no momento, vestia-se de uma transparente camisola, que o reflexo da luz do poste lhe contornavam as intimidades.
Algumas crianças acordaram no embalo do tumulto e acompanharam seus pais pela rua.
Tinha um que tremia tanto, que suas mãos mal conseguiam segura a ponta do pipi para não encher o pijama de xixi.
- Vai para dentro... vai que sobra uma bala perdida! – clamava o pai das crianças se aconchegando no corpo da minha empregada.
A rua se tornou em um dia de festa, com todas as janelas iluminadas. Gente começou a vir de todos os lugares e cada qual com o vestuário noturno mais ridículo que o outro.
O guarda de rua que também dormia no horário do acontecido, passou a acreditar nos fatos e assoviou o apito com mais freqüência. Ai então que se fez o pandemônio. Como toda a vizinhança passou a exigir que o guarda fosse socorrer as vitimas do seqüestro, ele mesmo se incumbiu de bater em uma das casas e pedir socorro a policia.
A gostosa da vizinha que ainda permanecia em trajes menores, abriu-lhe a porta e ele em disparada correu para o telefone , e enquanto aguardava completar a ligação se assombrava, nas curvas da espavorida senhora, que em meio ao medo, esquecera um dos seios para fora da camisola.
- O que foi que houve? – perguntou a mulher ao guarda .
Ele para tentar permanecer ignorado até a chegada da policia. Lascou um comentário.
- A casa da frente está sendo assaltada e acredito que um dos bandidos escapou de lá e pulo no seu quintal.
A mulher ficou estarrecida e com a chegada das crianças que também acordaram, o barulho de choro passou para uma gritaria sem precedentes.
- Pelo amor de Deus, seu guarda... não vai embora e nos proteja, meu marido está viajando!
Aquela suplica viera em boa hora. Ficar ali era tudo que o danado queria. Já pensou se a policia demora e a vizinhança o obrigue a enfrentar a quadrilha?
A essa altura dos acontecimentos, o comentário entre os vizinhos era de que: uma poderosa quadrilha fugida de um presídio de segurança máxima havia invadido a minha casa e tomado todos os seus moradores como reféns.
As pessoas que se aglomeravam na rua olhavam para a minha casa e ficavam estarrecidas a ponto de minutos, um se destacar do grupo e dar a sua opinião, de como faria para salvar a minha família das garras dos facínoras.
O mais amedrontado ao visualizar a minha casa de longe, gritava para a multidão que estava havendo uma sessão de tortura e que todos estavam apanhando de vassoura e que os facínoras estavam fortemente armados.
Na verdade, as cenas que se viam do lado de fora, nada mais eram do que a luta do rato para não ser apanhado, pela vigorosa vassoura que empunhava a minha sogra.
Era preciso calma naquela hora. Algumas janelas já estavam abertas à espera da policia, pois as mesmas já tinham sido escolhidas pela população, como o melhor lugar para se instalar o atirador de elite. A casa da gostosa da minha vizinha foi à escolhida por ficar bem defronte a janela da minha casa. Os mais espertos, e que já tinham a certeza de que o assalto só se transcorria na minha residência se enchiam de coragem e tomavam a frente em vasculhar as casas vizinhas, abrindo armários e mais armários, no intuito de descobrir mais segredos do que propriamente encontrar algum meliante.

Quando soou a sirene da viatura da polícia anti-sequestro, o guarda de rua que rezava para que a polícia demorasse a chegar se desvencilhou dos braços da sua protegida e correu para a rua girando o seu inexpressivo cacete .
Ao todo, aglomeram -se em frente a minha casa , nada mais que dez viaturas e todas elas despejavam mais policiais fortemente armados, do que os Estados Unidos na invasão do Afeganistão. Após os policiais se posicionarem em locais estratégicos conforme instrução do quartel, um jipe parou e dele desceu um comandante enfeitado por várias estrelas. Era o capitão comandante do esquadrão anti-sequestro. Dirigindo-se para a multidão que se aglomerava ainda mais em frente a minha casa, passou a interrogar as pessoas.
- O quê esta acontecendo?
- Um seqüestro relâmpago! – disse um vizinho acostumado a ler noticias policias.
- Eles estão apanhando muito – confirmou um outro –, até sangue eu já vi espirrar na vidraça...
- São mais de dez lá dentro! – disse humildemente o guarda de rua, mostrando a cabeça e apontando para um ferimento antigo ocasionado por uma briga com a mulher . - Eu nada pude fazer, senhor comandante, eles estavam fortemente armados...
- Fez bem.! Reagir nessa hora é morte certa! – falou o comandante depois chamar um bombeiro do regate para dar suporte médico aos feridos. Nessa hora apareceu mais de cinco feridos, e todos eles alegavam um confronto direto com os bandidos.
O comandante tomou a dianteira e dando algumas instruções no posicionamento ideal para os militares se encaminhou para frente da minha casa, acompanhado pelo militar negociador. Com um megafone de mão falou bem alto.
- Saiam de mãos para cima! A casa está cercada! É a policia!...
Assim que nós ouvimos aquele barulho todo que vinha da rua, a nossa caçada imediatamente foi suspensa.
Vagarosamente me dirigi para a janela e olhando pela fresta da cortina fiquei atordoado em ver a minha casa cercada por um verdadeiro batalhão de polícia.
- Fomos denunciados por algum representante do IBAMA! – exclamei.
- Quem é o chefe da quadrilha? – interrogou-nos a voz que vinha de fora.
- É o Toninho! – respondi sem dimensionar a gravidade do fato.
Do outro lado o comandante falou para o negociador.
- Esse seqüestro vai ser o mais difícil que já enfrentamos! Estamos diante do famigerado “Toninho boca grande”. Esse não perdoa ninguém! Mata mesmo! Já tive uns negócios com ele e sem bem do que ele é capaz!
- Vocês não têm nenhuma chance! Entregue os reféns e saiam com as mãos para cima! –disse o negociador tentando levar aquele acontecimento o mais rápido possível, pois ele também estava envolvido com o meliante em questão.
As palavras que vinham de fora me deixavam mais atordoado, se eu que não havia pegado nenhum um rato, como eles estavam falando em mais de um. O caso poderia ser mais grave para o meu lado, sabendo-se que eu estava cometendo um assassinato em massa dos pobres animais. Tinha comigo a noticia de que vários pesquisadores haviam sido presos por usá-los em experiências cientificas.
- Ele está acabando com a minha casa, e eu o mato como bem entender! – disse para fora.
O comandante ao ouvir o meu pronunciamento desesperado, afastou-se e se dirigiu para onde estava as pessoas e passou a interrogá-las.
- Nessa casa alguém viu algum morador em atitude suspeita?
- Tem uma senhora gorda que mora ai, às vezes eu a vejo trocando a roupa de cama. – disse um.
Minha sogra mudando as roupas da cama, por causa da alergia.
- Prostituição, então?
- Acho que sim! – respondeu um outro - As moças que fazem sexo ai dentro, cada hora é uma: vem baba, vem enfermeira, mulher com chicote e até freira eu já vi. – desabafou o homem receoso em cometer um pecado.
Meu filho com seus fetiches, usados pela sua namorada!
- A mulher que toma conta da casa – disse um terceiro -, muitas noites eu a vejo fumando maconha na sacada.
Minha mulher fumando um simples cigarro para se livrar da insônia.
O comandante se afastou da multidão e foi ter com o negociador.
- Não tenho mais duvidas! Isso é acerto de contas!- disse o comandante – A casa ao meu ver é ponto de droga e prostituição e o nosso amigo o Toninho boca grande, pode nos comprometer com essa burrice
- Precisamos ter cautela! Essa gente não brinca em serviço! Ainda mais quando se trata do “Toninho boca grande”. Se ele abrir a boca nós estamos perdido!
- Fala com ele educadamente senão vamos por tudo a perder! – comentou o comandante.
O negociador pegando o megafone falou para eu ouvir.
- Senhor Toninho, solte os reféns que nós lhe daremos um julgamento de cidadão!
- Eu não entrego nenhum refém! Eu confesso que nem pus a mão nele!
- Eu não disse! – comentou o comandante – ela já matou todos sem pôr as mãos! Os comparsas dele já fizeram o serviço! Esse homem é bárbaro!
- Então libere os fregueses!
- Eu não vou liberar nada! Se eles querem acabar com a minha casa eu vou matar todos e ai eu quero ver se tem algum o protetor desses animais que vai me impedir...
Assim que falei, minha sogra me fez um sinal de positivo, como se eu devesse ser mais durão nas transações.
- E se tiver alguém ai do meio ambiente disposto a hospedá-los em sua casa, eu os mando para a casa deles. – dei uma risada e minha sogra novamente me aplaudiu.
O comandante sem entender a minha mensagem, indagou ao negociador sobre o que eu estava me referindo.
O negociador retirou uma agenda do bolso e escreveu a frase que eu havia dito e passou a decifrá-la.
- Se tiver alguém ai? A palavra: alguém AI, vem de Albergado Interno. Meio Ambiente? – vem dos moradores da favela. Disposto? – cabeça do trafico que perdeu o posto. A Hospedá-los em sua casa – Comando Vermelho. Eu os mando para a casa deles? – mando – recebe ordem. Casa deles – cemitérios. Refazendo tudo “Houve denuncia de um albergado interno e a cabeça do tráfico do comando vermelho recebeu ordens para enviá-los para o cemitério”.
- Muito bom! – disse o comandante orgulhoso em ter um oficial tão preparado sob seu comando.
Nesse momento eu ouvi um forte barulho dos motores dos helicópteros que sobrevoava a minha casa. Um era o “Águia da policia” e, o outro era o helicóptero da Rede Bandeirante pilotado pelo comandante Hamilton . Em plena madrugada, o Luis Datena fora acordado para comentar ao maior assalto do ano. Como o barulho era muito forte, Nós nos deitamos no chão com medo de que alguém nos alvejasse do alto
- Me ajuda ai ô! A rede de televisão Bandeirante, sempre ajudando a policia, estará no ar até que tudo termine! Temos noticias que várias pessoas já foram mortas pelo bando do Toninho Boca Grande – dizia o locutor –
- Datena – chamava o comandante Hamilton – Como você pode ver pelas imagens, o chão está coberto de sangue e de cadáveres. Um verdadeiro assassinato em massa.
- É isso ai comandante! Uma família inteira assassinada e os políticos não fazem nada, nada, nada! Quem é pessoa correta, tem que conviver com esses bandidos!To errado, me ajuda ai!
- Datena, as pessoas que estão lá dentro, não são tão corretas assim! Pelo que eu ouvi pelo rádio, o que está acontecendo, nada mais é do que um acerto de contas!
- São bandido também comandante Hamilton? Põe na tela!
- Perfeito, Datena!
Enquanto a rede de televisão exibia os meus prós e os meus contras o comandante trocava palavras com o negociador.
- Então vamos invadir!
- Não acha melhor negociar com ele um pouco mais, se nós precipitarmos pode sobrar para a gente? – disse o negociador.
- Acredito que você tenha razão, num momento como esse, eles podem muito bem sair atirando para todos os lados e inocentes serão alvos de balas perdidas...
- Vamos evacuar o ambiente, comandante!
- De jeito nenhum! Se fizermos isso, muita gente não ira ver o nosso trabalho e por conseqüência falarão mal da policia. Temos que levar em conta que as televisões estão todas presentes e, isso podem ser os nossos dez minutos de gloria. Vamos interrogar a empregada! Eu tenho certeza de que ela tem muitas coisas para nos dizer. Empregados sempre ouvem as conversas dos patrões e ela pode ter ouvido alguma coisa que possa nos comprometer
Sem perda de tempo a moça que ainda se encontrava muito abalada, fora levada para o interior de um camburão e lá começou a sessão de interrogatórios.
O militar que trabalhava no caso era um experiente interrogador, pois em outros tempos servira aos militares da repressão ao comunismo.
- Vai falando! – dizia ele empunhando um pesado cacete e batendo-o a todo instante na lataria do camburão.
- Eu não sei de nada! Estava trabalhando naquela casa, só há dois dias...
- Sabe sim! Conta tudo senão eu lhe arranco a língua!
Depois de alguns minutos ele saiu do camburão com um extenso interrogatório assinado pela infeliz empregada, que só tinha os olhos que se mexiam na cara, em meio a tantos hematomas. Chamando o comandante de lado passou a dissertar sobre o que havia ouvido da moça por confissão espontânea.
- O caso é muito mais complexo, comandante! Se o meliante sair vivo dessa ele vai pôr a boca no trombone. Vou ligar para a policia federal e ver se de lá eles conseguem que algum juiz autorize o grampo telefônico do meliante.
Depois de alguns minutos a resposta veio da policia federal, que já tinha uma escuta telefônica do Toninho boca grande. A operação tinha o nome de “Satiaboca”
“ fala para o comandante que o dinheiro já está na conta”
“ o homem morre hoje ?”
“ Até as quatro ele vai para a terra do pé junto”
O comandante da operação ao ouvir no grampo a sua conversa com o meliante Toninho boca grande tratou de por fim a aquele acerto de conta
- Não ! Quando se entra em briga de bandido, o melhor que se tem a fazer é matar a todos,e assim, a gente queima logo o arquivo. – disse o comandante.
- Vamos acabar logo com isso, senão vai sobrar para todo mundo...
O comandante apreensivo pelas declarações ouvidas, passou a mão pelo megafone e gritou:
- Nós vamos esperar cinco minutos, se ninguém sair nós vamos invadir a casa!
- Os homens vão invadir a casa, Datena!
- Fica na posição, comandante Hamilton! Pode acontecer da policia precisar do nosso helicóptero para retirar os corpos!
- Não se entrega! – dizia a minha sogra naquele momento. – Se você for preso, esse crime é inafiançável e por isso você vai passar uns bons anos na cadeia, mas não vai ser morto
- Vovô, eu acho melhor o senhor se entregar e acabar logo com isso! – dizia meu neto. Dez anos de cadeia não é tanto assim...Já pensou que o senhor não vai precisar mais trabalhar e que nós vamos receber o seu salário integral do governo.
- A se pensar por esse lado, você tem toda a razão! Eu vou me entregar!
No momento em que eu me dirigia para a porta para me entregar, os cinco minutos já haviam se esgotado e as balas começaram a choveu por todos os lados. Nos atiramos para o chão na melhor forma de nos escondermos e o que se ouvia era só estrondo de balas rompendo as portas e as vidraças.
O tiroteio cessou e o atirador de elite recebeu a ordem para atingir quem quer que se movimente dentro da minha casa.
Como o atirador estava posicionado na janela da casa da gostosa da minha vizinha e a visão que ele tinha dela era bem melhor do que a minha - acredite, mas ela ainda permanecia com um dos peitos para fora da blusa -, e foi o que me salvou, quando eu já me encontrava na mira do atirador. A bala passou do meu lado, com um erro de dois metros do alvo e atingiu um vaso que estava encostado na parede do quarto.
O perigo que eu havia levado toda a minha família me fez refletir que: o melhor a se fazer era me entregar. Fui até a janela e gritei que me entregaria na presença da televisão e de um juiz.
Antes que alguém me desse alguma resposta, as balas comeram soltas para todos os lados e as portas vieram abaixo.
- Todos de mãos nas cabeças! – gritavam os policiais aramados até os dentes
Minha sogra que havia enroscado uma das pernas no braço do sofá, na ânsia de se esconder, deixava a mostra todos os seus pudores, só vistos por meu finado sogro e pelo maldito do rato.
E por falar no maldito!
Assim que a fumaça abaixou, ele lentamente passou perto da minha cabeça que estava de encontro ao chão e sem olhar para trás se emprenhou por entre os escombros que havia transformado a minha casa... e sumiu.
O comandante virando o meu rosto com uma botinada exclamou surpreso.
- Esse não é o Toninho Boca Grande!
- Graças a Deus! - suspirou aliviado o negociador
- Datena, eu estou recebendo ordem do Águia Dourada para abandonar o local porque as cenas de sangue são fortíssimas!
- O que é isso! Não se respeita mais o direto de imprensa! E esses políticos não fazem nada! To errado? Ajuda-me ai ô! - Nossos comerciais por favor!

Thursday, February 03, 2011

meus livros

Entre nos meus blogs

referente a: Mega Articles (ver no Google Sidewiki)

Thursday, January 13, 2011

Entrada do Google Sidewiki por Tony

Tuesday, June 03, 2008

Portal da Cidade de Ribeirão Preto

Portal da Cidade de Ribeirão Preto

Portal da Cidade de Ribeirão Preto

Portal da Cidade de Ribeirão Preto

Ribeirão Preto - Prefeitura Tv#parada

Ribeirão Preto - Prefeitura Tv#parada

Wednesday, April 16, 2008

Para Isabela
Tony Pent


Oh! Minha doce Santinha!
As vozes me chamaram e
Entre os jubilosos e angustiados
Felizes, desgraçados e insanos.
Só ouvi os gritos que se concentravam
Em todo o manancial de angustia
Que possa conter no coração humano.

Aflitos e quase loucos
Mostraram nos seus gritos derradeiros
Que os seus olhos abertos e muito abertos
Não viram além da condenada, os seus próprios desesperos.

Fui socorrida e iluminada.
E nessa revelação da glória
Eu fui preparada para cair no espaço
Entre a vida e as aflições dos tempos de agora.


Oh! Minha Virgem e Imaculada
Cubra com vosso manto
Os olhos dos que me feriram,
Para o quadro dantesco da minha morte.
E das reminiscências dessa tragédia espantosa.

Olhai com sua infinita bondade
Para o rosto de minha mãe...
Não deixe que rolem as lágrimas de saudade de seus olhos,
Mas, ensine a enxugá-las, dos que sofrem...
E...Quando as suas frágeis forças a levar ao desespero
Dê a ela a conformação
Mostrando que a cruz de vosso filho,
Foi bem maior do que a minha em comparação...

Friday, March 07, 2008


primeiro capitulo do लिव्रो
O Estigma da Lऑउचुरा
No ônibusNão era nem quatro horas da manhã quando acordei e me levantei para tomar o ônibus, que deveria, como de costume, passar impreterivelmente, as quinze para cinco। Uma dor sufocante parecia que tirava o meu cérebro do lugar. Um enjôo de morte povoava meu estômago, como se eu tivesse comido a pouco, um urso com pêlo e tudo. Parei em frente ao espelho de meu quarto de pensão e senti que ia morrer naquele momento. Meus olhos avermelhados e quase saltando as órbitas me davam à sensação de que tudo que eu tinha dentro da cabeça deveria sair pelas minhas narinas, em forma de um jato sangue. Procurei por um vidro de "beladona em gotas", mas só encontrei um elixir a base de "éter sulfúrico" que havia comprado dias atrás, para diminuir uma dor na coluna. Enchi o copo com algumas gota e bebi de uma só vez, na esperança de que, se foi bom para uma dor, por certo, para essa também resolveria meu problema.Olhei para o espelho e para mim mesmo e me vi refletido na forma de um corpo que está preste a sucumbir. Mas como trabalhar era preciso. Troquei de roupa de forma corretíssima, para que em minha aparência, nada pudesse ser observado de anormal. Desci para a sala de refeições e tentei engolir um gole café, na esperança de que o medicamento, não encontrasse o meu estomago desprotegido e me trouxesse mais algum outro problema, pior do que esse que já estava me acontecendo.Ganhei a rua e me dirigi para ponto de embarque, que fica há dois quarteirões da pensão, aonde eu habito. Em meio ao trajeto comecei a pensar em mim e na morte, coisa esta, que eu nunca havia parado para pensar em toda a vida. - Tenho trinta anos - pensei -, trabalho em um bom banco e meus dias de pobreza haviam acabado. Há seis meses quando fui transferido para Paris para ser o gerente executivo desta grande corporação, um salto muito grande foi dado em minhas finanças. Poderia até me considerar um homem privilegiado. Não me casei e nem tenho filhos e, isso me dá uma certa preocupação, pois, sei que comigo extingue uma linhagem, na qual meu pai gostaria que se perpetuasse por um longo tempo. E no fim, eu sei que tudo que eu ganhar, não irei deixar para ninguém. Meus pais eu já os perdi havia treze anos atrás, e isso foi um dos acontecimentos tão distante, que têm dias que chego a pensar que nunca os tive. Mesmo assim, eu sou uma pessoa feliz. Não tenho desejos mórbidos, nem quero construir um mundo diferente só para mim. Quando era criança, até que pensava diferente com relação ao amor e queria que ele fosse só meu e que durasse uma eternidade, mas os dias que sucederam a esses, morreram em conflitos entre si.A dor que eu ainda sentia era muito forte quando dobrei a esquina e vi em frente a ponto de embarque, dois vultos conhecidos por minha pessoa: um era o de Jaqueline, moça bonita e afável e que tinha a profissão de caixa em uma loja perto de meu trabalho e o outro vulto, era de Marine, uma colega de viagem, a qual, eu tive o ímpeto de beijar-lhe na boca, transformando-se assim em minha mais ardente namorada.Fixei meus olhos naquela imagem e, em meio à neblina que fazia aquela manhã, senti-me como que se um raio invadisse a minha cabeça e a luz do relâmpago clareasse todo o meu cérebro. Umas das vozes povoaram os meus ouvidos, como se alguém me falasse muito perto e me dissesse nestes termos: - Duvido que ela tenha coragem de lhe dizer!Minha visão por segundos se apagou. Escorei-me na parede e quando tive de volta o pensamento, já estava sendo amparado pelas duas pessoas.- O que está acontecendo com você?- perguntou-me Marine.- Não sei. Sentiu uma coisa estranha, uma espécie de desmaio.- Você está pálido. Devia procurar um médico - comentou Jaqueline com uma expressão no olhar, que dava-me a entender que, eu certamente havia invadido os seus pensamentos.Na verdade, a voz que havia ouvido, parecia que vinha da direção de Jaqueline, só que as palavras não tinham sido articuladas e, sim, chegavam ao meu pensamento, como se fosse um mistos confusos de sons que vai antecipar as palavras que se vai dizer e onde, a impressão passada através do pensamento, não reflete com a mesma veracidade, a percepção original da fala. Era como se eu tivesse a impressão diferenciada da idéia, mas no caso, uma sensação menos viva.Enquanto eu tirava as minhas conclusões a respeito do acontecido, o ônibus se aproximou e parou junto ao meio fio. Pontualmente havia chegado no horário.Ainda acometido pela forte pressão na cabeça, entrei e tomei assento na última poltrona. Caindo pesadamente sobre ela, tudo me tornou mais calmo e suave.Como o ônibus estava quase vazio, Marine sentou-se a meu lado e eu aconcheguei minha cabeça em seu busto. Seu coração parecia que batia dentro de mim. Descobri naquele momento que amava aquela mulher, como na primeira vez em que nos despimos. Dias atrás eu sentia que ela me causava repugnância e agora, no entanto, eu a desejava perdidamente.O barulho alto da buzina de um outro carro que cruzou com o que eu seguia, me fez abrir os olhos e eu assustado levantei a cabeça do colo de Marine, como se meu coração em disparada, quisesse me mostrar à vida. - O que tenho feito de mim?- fiz uma breve indagação - Nada! – solenemente me respondi - A não ser, desejar um paraíso que eu não posso alcançá-lo.Minha visão sobre as pessoas que estavam dentro do ônibus mais parecia um cortejo fúnebre, onde os seres deixam suas marcas de momentos vividos e que ninguém os vê. Minha boca mantinha-se em silêncio e isso me sufocava. Gostaria que me acontecesse naquele momento, alguma coisa de infinito e que eu pudesse me agarrar a Marine, como se ela fosse minha única tábua da salvação. - Não tenho nada, como também não mereço nada. Às vezes me imagino em um romance, onde a mulher que eu amo está tão distante e cujos traços eu não consigo definir, a não ser as suas sombras. - Esse era o meu pensamento. - Meu cérebro parecia estar vazio e, apesar de ter alguém ao meu lado, não tinha praticamente ninguém. Posso me considerar, como uns desses pobres coitados, que um dia mergulhou entre as latas deste ônibus, e entrou, e saiu, e ninguém os reconheceu.Queria gritar um grito novo, onde todos me pudessem ouvir e, me apoderar de tudo que não fosse meu.Antes mesmo que meus pensamentos chegassem ao final, comecei a ter uma espécie de alucinação. - Devia ser um castigo merecido, por haver pensado demais há pouco. – foram estas as minhas conclusões...Os pensamentos que povoam meu cérebro naquele instante, pareciam se emanar dos pensamentos de Marine.Estendeu-se então, ao longo da minha imaginação, um quarto vazio, onde apenas uma luz de vela o iluminava. Uma voz doce e cálida enternecia o ambiente. Uma janela que se abre ao fundo começa a iluminar o corpo de uma mulher. Sem que eu tenha controle sobre os meus pensamentos, penetro a fundo no cérebro de Marine e possuo as suas lembranças como se fossem minhas. Passo a esquecer quem sou. Começo a viver um duplo pensamento. As linhas confusas dos móveis que eu vejo, se embaralham nos meus pensamentos e eu me sinto mais que presente nele. Sou tomado por um súbito arrepio. Vejo Marine entrar no quarto e depois parar em frente a uma poltrona que se afundava nas sombras. Não consigo enxergar a pessoa com quem ela fala. Estou extasiado!Talvez por ela estar de cabeça baixa e olhando para o chão eu não via a pessoa com quem falava, apenas conseguia enxergar os botões que se enfileiram diante de seus olhos. Em dado instante, percebi que suas mãos começaram a soltá-los um a um. Da blusa escura e aberta emergiu seu par de seios que trepidaram diante da luz da chama.Cruzando seus braços por sobre os seios, aproximou-se da pessoa com quem falava, com face corada pela vergonha da nudez. Seus lábios se comprimiam um nos outros, como se eles não tomassem conta do que estava fazendo.Suas mãos correram para os botões da saia e os desabotoou fazendo com que ela caísse lentamente sobre os seus pés. Suas coxas emolduradas pela meias de fina seda arrancaram um suspiro do homem que se prostrava a sua frente. Tirou a anágua, depois o espartilho e por fim a calça que tinha a cor da sua nudez. Aproximando-se ela da lareira eu podia sentir o calor que emanava de seu corpo e a do fogo que iluminava as suas majestosas formas de mulher, transparentes na luz, mas, como um vulto negro ainda escondido sobre a combinação. Abaixando lentamente as ligas de suas meias; o branco de suas pernas apareceu e incandesceu o ambiente.Como se a sedução ainda não parasse naquele momento, ela soltou os laços que sustinha a combinação presa aos seus ombros ficando nua diante do homem que a consumia com os seus olhos. Mesmo em nossos momentos de total nudez, eu nunca havia imaginado aquela total perfeição das suas formas. Talvez, agora que posso entrar em seus pensamentos e roubar os seus mais escondidos segredos, isso me faz se deliciar com a imaginação, de que alguém mais a deseja como eu. Tudo que sua roupa escondia, ela a colocava diante dos nossos olhos e nos oferecia como uma dádiva divina.Através do seu olhar eu deslizei pela vasta penugem dourada de sua pele fina e que se estendia do colo as virilhas. As dobras de sua cintura amenizavam a queda do meu olhar através dos seus, impedindo que eu visse totalmente os seus pêlos escuros que, reluzindo na escuridão, emolduravam a sua feminilidade, até então tocada, somente, por mim.Quando ela levantou a cabeça e ia dirigir seu olhar para o homem que estava a sua frente, algo muito quente tocou em meu rosto e eu, de súbito abri os olhos. Parecia que todas aquelas imagens sucumbiam dentro de minhas lembranças. Olhei para a mulher que acariciava meus cabelos e vi em seus olhos a dor transbordada em lágrimas.- Por que está chorando?- perguntei como se já não soubesse do acontecido.Estou com vontade! – respondeu-me apenas com simples palavras, para não ter o sofrimento de me confessar que, amava mais alguém, além de mim.No silêncio que fazia interior do ônibus, meus olhos percorreram aquele ambiente mudo, onde as pessoas em total solidão, amarga na lembrança, os tristes ou os alegres momentos em que se vive uma só vez nesta vida; e de forma muitas vezes trágicas...O pensamento é o resultado de milhões de erros e fantasias que crescem e se entrelaçam de um passado.A dor insuportável voltou a se instalar em minha cabeça, como se eu tivesse um carrilhão de sinos dentro dela. Meus olhos vaguearam pelo compartimento do ônibus e meus amigos de viagem tagarelavam cada qual em seu canto, ao passo que eu permanecia calado, escutando o barulho das rodas correndo pelas pedras do calçamento. Ao mesmo tempo em que rememorava a cena da nudez, a velocidade do ôनिबुस fazia com que as minhas lembranças se arremessassem no espaço e eu tinha a sensação de que estava flutuando. Não conseguia acreditar que eu tivesse o poder de penetrar nas lembranças das pessoas e como um ladrão eu pudesse lhe roubar a dignidade e invadir os seus mais secretos desejosDesde agora me sinto mudado. O desespero que eu não teria antes, me provoca uma inquietação. Agora que tenho em mim uma maneira divina de ver as coisas, eu acredito que tudo que esta me acontecendo, não deva ser sem propósitos.Basta olhar para corredor comprido e estreito do ôनिबुस। para compreender que, onde desfilam numerosas poltronas e em cada qual, segue um ser humano dotado de suas verdades e mentiras. Parece para mim que eles buscam numa eternidade, alguma coisa que não seja a solidão de se sentir estar só.Da janela sigo com meus olhos a rua que passa por mim, como se passasse pela primeira vez. Apóio-me no ferro do banco dianteiro e os flashes surgem em minha cabeça com lembranças rápidas dos transeuntes que cruzam meu pensamento. Um barulho que eu não consigo caracterizar, tornou-se pior do que o silêncio. Ouço através das paredes rumores, e de repente minha visão se choca com um novo pensamento. A mulher que se coloca na minha mira está entrando num quarto e eu ouço o farfalhar de seu vestido roçando no assoalho. Procuro a compreensão de seus gestos, mas eles milagrosamente me escapam. Estou tão perto dela que chego a sentir o seu perfume. - As pessoas em que penetro em seus pensamentos, parece-me não saber o que estão fazendo. - Ela vai até a porta e fecha a chave, como se quisesse fugir do mundo que a amedronta e onde os olhos dos passantes a consomem viva com seus desejos. Tenho a sensação de que, apesar da distância, meu corpo procura pelo seu. Quero roubar seus momentos e desvirginar seus mais recônditos segredos.Ela fecha a cortina e a escuridão cai sobre nós. Ela então acende um fósforo e com lentidão sua imagem resplandeceu. Sua mão e seu pescoço alvo apareceram diante de mim e eu não conseguir distinguir seus traços. A madeira da lareira eu ouço estalar e a chama tomou certa proporção. O cômodo fica iluminado somente com a luz que vem de baixo. A mulher começa a passar diante da chama, como uma nuvem diante do sol. Sua silhueta segue na escuridão, como um vestido preso a um varal ao sabor do vento. Seu olhar correu pelo ambiente e certamente seu olhar cruzou com o meu, sem saber que eu a fitava com seus próprios olhos. Parando diante de um espelho ela sorriu. Sua boca vermelha parecia uma maçã ferida. Comecei a senti medo daquela mulher que se escancarava num sorriso. Erguendo o seu vestido até a cintura ela descobriu as suas pernas que se escondiam em suas meias.Um choque marcou meu cérebro, com uma marca feita com ferro em brasa. Ampliando-se na sombra a claridade, eu via seu corpo e sua carne proibida. Por momento esqueci sua alma e seu pensamento. Queria enxergar ainda mais que os seus olhos pudessem me dar o poder. Ela se sentou. Tirou seus sapatos, a meia de seda, e acima do joelho eu via suas grossas coxas, de um branco marmóreo, onde nas trevas, em que o brilho do fogo era meu aliado em consumi-la.Meus olhos disputavam aquela nudez como as trevas disputavam com luz. Meu cérebro era torturado pela ânsia e pelo desejo de vê-la ainda mais nua. Nas sombras de sua calça eu via uma mancha escura e isso nos enlouquecíamos. Eu tinha naquele momento, quase tudo que um homem pode desejar, mas eu queria ver mais. Queria roubar a sua intimidade, seu recato e chegar ao ápice da minha loucura, beijei-la em pensamento e tocá-la de verdade. - Quando se tem uma mulher ao alcance das mãos, nem sempre se faz dela, tudo que se imagina em pensamento, ou que se consegue roubar às ocultas. - Nunca havia chegado tão perto do mistério, que eu cheguei a sentir que ela me tocava. Não havia mais espaço entre nós e, o tempo era tão presente que os ponteiros do relógio jamais rodariam de novo. Ela se colocou diante do espelho e levando as mãos a deslizarem por todas as suas formas fizeram com que seus pensamentos indagasse a si mesma, como se ela tivesse algum defeito e que, por causa disso havia sido abandonada, no altar dias atrás. Vendo que era inteiramente perfeita, tomou novo ânimo em relação à vida e gritou bem alto – Idiota! - Referindo-se ao seu ex-noivo. Realmente ele era um idiota, jamais possuirá, tenho a certeza; um corpo como aquele.De súbito ela levantou da poltrona e desceu do ô
निबुस
. As imagens sumiram de minha cabeça como um fósforo que se apaga levando consigo o inferno da despedida. Eu, nunca mais poderia cruzar com seus pensamentos e que naquele momento nós estivemos tão ligados um ao outro pela pureza da alma e da inocência. Queria correr atrás dela e dizer-lhe que: eu a amava e na carência afetiva em que ela estava certamente me entregaria aquele corpo, que era todo o meu desejo. Uma crise de choro invadiu meu pensamento. Era como se todas as desilusões do mundo tomassem conta de meu sentimento. Ajeitei-me na poltrona e busquei num olhar perdido, as decepções estampadas nos rostos das pessoas que segue ao meu lado, numa trajetória só de ida, onde em nenhum momento, aquele instante voltara. - A nossa alma para nos dar os valores essenciais da vida, coleciona todos os traços do mundo e depois os entrelaçam com nossos erros.

Thursday, December 06, 2007

Tem horas que bom mudar tudo

Esse é um sonho desfeito


Essa é muito legal